Dia 20 de agosto foi realizado no Centro de Formação da Igreja Católica a Segunda Audiência Pública do Povo da Região de Campo Grande. A audiência foi organizada pelo povo da Região de Campo Grande e ONG OCCIS-SL e contou com a presença do advogado das Redes e Fóruns de Cidadania Dr. Iriomar Teixeira e do Juiz de Direito Dr. Jorge Moreno.
A temática discutida na audiência foi a decisão judicial em liminar que determinou a imediata construção da estrada que liga a Região de Campo Grande a Zona Urbana de Santa Luzia.
O Juiz de Direito Dr. Jorge Moreno, na ocasião, declarou ser histórica a conquista do povo da Região de Campo Grande, pois não há caso semelhante no Maranhão: “Vocês escreveram um capítulo importantíssimo na história de Santa Luzia e tal feito nunca será esquecido, pois é fruto da organização social”, enfatizou o Juiz.
A questão mais controversa na reunião, no entanto, foi a declaração em documento Oficial emitido ao Judiciário pelo Secretário de Obras de Santa Luzia, Francisco Carlos Nascimento Braide, vulgo Chiquim Braide, afirmando que 80% das pontes da estrada já haviam sido recuperadas e outras refeitas em madeira-de-lei com estacas cravadas. Logo constatada tal afirmação, foi perguntado aos mais de 340 moradores das mais diversas comunidades da Região se esta informação era verdadeira; a resposta veio em coro com ar de indignação: É MENTIRA!
Prontamente, 11 moradores da Região assinaram onze declarações desmentido a afirmação do Secretário de Obras e afirmando serem verdadeiras as informações ora prestadas por cada cidadão/cidadã, podendo reafirmá-las em juízo. As declarações serão anexadas a uma representação contra o secretário de Obras por falsidade ideológica.
Autoridade Pública não pode mentir, sendo que, quando o faça, sejam tomadas as devidas providências e medidas cabíveis pelo Ministério Público e o Judiciário para que tal prática não continue a ser um costume pernicioso ao patrimônio público. O povo fez a tarefa mais difícil, descobrir a mentira, a qual foi tornada pública em voz alta a sociedade luziense na marcha da vitória realizada pelas principais ruas da cidade.
Além disso, dia 29 de agosto em audiência pública no povoado de Campo Grande o promotor de Justiça de Santa Luzia, Joaquim Ribeiro de Souza Júnior, após percorrer todo o percurso e constatar a real situação da estrada, disse perplexo que ninguém trafega pela estrada e tem certeza que vai chegar ao seu destino, e se o executivo não faz sua obrigação o judiciário intervém, concluiu o promotor. Ainda afirmou, na reunião, que havia registrado todas as dificuldades da estrada, e que tal fato não era mais uma versão dos moradores e ONG OCCIS, mas sim uma constatação do Ministério Público, completou.
O que foi feito até agora na estrada vicinal da Região de Campo Grande foram apenas medidas paliativas, e como tais, só encobrem o problema até a chegada do inverno. O que o povo exige é que se cumpra a decisão judicial e se construa uma estrada de verdade que se possa trafegar dignamente durante o inverno e o verão e não apenas neste último período.
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